9 de novembro de 2010

Lançamento de Edital de Videodança do MinC

O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, lança 10 editais inéditos para profissionais e estudantes do setor e amplia seu escopo de atuação. Será destinado um investimento total de R$ 30 milhões à execução dessas ações. O novo leque de atuação da SAv está integrado ao Fundo ProCultura de Incentivo à Inovação Audiovisual (FPIIA).

Confira aqui um dos editais previstos:

ProCultura VideoDança
O ProCultura VideoDança é um concurso voltado ao fomento da criação e produção de obras coreográficas feitas especificamente para a câmera. O edital vai apoiar a criação de obras audiovisuais inéditas do gênero videodança, em três categorias. Serão apoiadas produções para exibição televisiva, vídeos de 1 minuto para exibição mobile e ainda produções para exibição livre. Será realizado um laboratório de desenvolvimento e produção com os integrantes dos projetos selecionados. Podem se inscrever coreógrafos ou núcleos artísticos associados a realizadores de obras audiovisuais.

Saiba mais aqui.

21 de outubro de 2010

Experiência Perro Loco

Já faz 2 meses que o Festival Perro Loco passou, mas ainda acho que há tempo para descrever um pouco a experiência de ter ido lá representar o Entre Passos.

O festival aconteceu na Universidade Federal de Goiânia, dentro do campus, num auditório especialmente construído para sessões de cinema. Muito legal! Durante os dias do festival, pela noite, havia festas dentro do campus, estilo "palquinho da Federal", com bandas e cerveja!

Como me envolvi com o cineclubismo durante a universidade, fui me afastando aos poucos da produção cinematográfica. Desde o final da faculdade, não participei da produção de nenhum outro curta-metragem. Às vezes, me sentia um peixe fora d'água nas conversas (mas lá também teve encontro de cineclubistas, no qual participei de bicão!).

No dia da sessão do Entre Passos, a van atrasou um tempãooo para nos buscar na chácara, o que me deixou mais nervosa, mas como eles atrasaram o início da sessão, consegui assistir a todos.
A curadoria do festival não tem uma preocupação de (tentar) relacionar os temas dos curtas, então o EP se destacou. Não tinha nada parecido. Talvez o mais assim, numa mesma linha, era o "Eu Não Caibo Mais Aqui", que era como um exercício para explorar a Arte na cena e sua relação com o personagem. Bem legal!

Lá as discussões são ao "final do dia", depois das duas sessões da Mostra Competitiva, o que ajuda a pulverizar o debate, pois nem todo mundo assiste às duas sessões, o que fez com que gente que estivesse no debate não tivesse assistido ao EP.
As perguntas, num geral, foram mais sobre como o filme foi realizado tecnicamente do que sobre temas que ele levanta. Isso para os outros filmes também. Mas aí a gente acha uma brechinha e inclui o que a gente quer falar. hehe.
Me deu vergonha uma hora em que me perguntaram algumas referências de videodança no Brasil e não me lembrava do nome de nenhum realizador. Como nunca mais estudei o assunto, realmente parei de acompanhar o que está sendo produzido, além de não ter voltado a essas referências, não soube o que dizer a não ser so sorry!

A impressão que tive é de que as pessoas não entenderam o filme e não gostaram por isso. Ou então simplesmente não gostaram. Nem os outros realizadores falaram muitas coisas, só "parabéns". Mas por que você me parabeniza? Ninguém sabia dizer.

Durante um tempo, fiz várias auto-críticas em relação ao filme, o que dificultava que eu gostasse dele. E tinha um pouco de medo das críticas também. Mas depois dessa sessão, estava tão pronta para discutir o filme que fiquei um pouco decepcionada quando as pessoas não demonstraram tanto interesse nisso.

Na minha opinião, todo realizador deveria ter a experiência de apresentar seu filme ao público e conversar com ele, independente se foi produtor, diretor de som... cinema é uma experiência coletiva, todos tem uma opinião sobre o filme no qual trabalham. Isso fortalece o trabalho do realizador, o torna mais consciente dos pontos fracos e dos pontos fortes do trabalho, faz com que os seguintes sejam propostas mais consistentes.

A possibilidade de representar o EP em Goiânia foi bastante gratificante!
Mais um festival pro filme!
Já ficou grande o post.

saudações!

16 de outubro de 2010

Entre Passos na Bolívia!

É com muito orgulho que vamos participar de mais um festival internacional! Dessa vez é o Cuerpo Digital - Festival Internacional de Videodanza que acontece de 25 a 30 de outubro na cidade de Cochabamba, na Bolivia.

Será nossa segunda participação em um festival de vizinhos latinoamericanos, depois da participação no Festival de Videodanza do Uruguai, em novembro de 2009.

Confira no site todos os selecionados e a programação: http://videodanzabolivia.blogspot.com/

14 de setembro de 2010

SUA - Semana Universitária de Audiovisual

Rolou de 03 a 07 de setembro a 5ª edição da Semana Universitária de Audiovisual, encontro que reune anualmente estudantes de cursos de cinema, audiovisual e afins. Dentro do encontro há sempre uma mostra de trabalhos enviados, entre os quais o Entre Passos foi selecionado pela curadoria.

Entre Passos foi incluido no Programa 3 - Expressões do amor irrealizado (ou a falta dele?). A exibição foi no dia 05/09 e contou com a presença de Thiago Rigolino, nosso diretor de animação, que esteve lá para conversar com o público e os outros realizadores presentes.


A cada ano, a SUA é organizada por uma comissão de uma Universidade anfitriã. Em 2010 a responsável foi a USP, através dos alunos da ECA - Escola de Comunicações e Artes. Saiba mais sobre essa edição da SUA no site www.sua2010.com

18 de agosto de 2010

Perro Loco 4!


O Entre Passos tem a honra de participar da Mostra Competitiva do Perro Loco - Festival de Cinema Universitário Latino Americano, que acontece de 24 a 29 de agosto de 2010 em Goiânia/GO!

A quarta edição do festival acontecerá no Campus II da UFG, em Goiânia. O evento promete, novamente, integrar pessoas de vários lugares do Brasil e da América-Latina e promover intercâmbio de culturas e ideias. Vale lembrar ainda, que o coletivo perro loco trabalha o ano todo, tanto para a constituição do próximo festival, quanto para a realização de mostras, que objetivam a difusão cultural, em cidades do interior de Goiás e em outros estados do país.

Membros da equipe do Entre Passos estarão lá no festival representando o filme e aproveitando do clima de integração proposto pela organização!

Confira a lista completa dos filmes selecionados aqui.

31 de julho de 2010

Making of

Já faz tempo que o querido Matheus Chiaratti finalizou o making of do Entre Passos, mas só agora veio para o YouTube. Aí está!

28 de abril de 2010

3º MIAU - Mostra Independente do Audiovisual Universitário

O Entre Passos foi selecionado no 3º MIAU - Mostra Independente do Audiovisual Universitário, que acontece de 5 a 9 de maio de 2010 no Cine Goiânia Ouro (Goiânia, Goiás).



Saiba mais sobre a Mostra no site www.mostramiau.com.br e confira a programação completa aqui.

Entre Passos será exibido no dia 05 de maio (quarta-feira), às 14:30 na Mostra Paralela I.

19 de janeiro de 2010

Premiação na mostra da UFMT

O curta-metragem Entre Passos ficou em 3º lugar na premiação da 8ª Mostra nacional de Vídeos Universitários - UFMT, que aconteceu em dezembro no Cineclube Coxiponés!

Parabéns para toda equipe e elenco, o prêmio é de todos!

6 de janeiro de 2010

Um pouco sobre o processo

Esse texto foi escrito em abril de 2009 para uma publicação que acabou não ocorrendo. Mas achei uma pena jogá-lo fora então resolvi agora colocá-lo aqui no blog, mesmo sendo bem pessoal e pouco objetivo.

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Entre Processos de Criação Artística - Passos de uma experiência universitária

Qual estudante não passa por um momento de angústia quando chega o momento de desenvolver seu Trabalho de Conclusão de Curso? Dependendo da área e da instituição, essa fase pode ser muito diversa. Mas em cursos de audiovisual muitas vezes isso significa a feitura de um filme, geralmente em grupo. As relações pessoais se misturam com as profissionais, e é importante perceber os limites, principalmente com a consciência das particularidades de se estar realizando o projeto também para se graduar.

Esse conflito entre fazer um filme meio “por vontade própria” e meio “por obrigação para concluir o curso” é crucial e acredito que o melhor é aproveitar ao máximo a oportunidade que a Universidade dá ao prover a situação e os recursos para essa realização. O recurso pode não ser tanto assim, normalmente bem longe do ideal. Mas o amparo que se recebe dos professores, e mesmo do nome da instituição atrelada, pode ser bem aproveitado para melhor se dedicar ao projeto no qual se acredita.

A possibilidade de usar laboratórios e o acompanhamento dos professores-orientadores podem ser fundamentais na realização do primeiro “grande” filme. Mas me parece um erro pensar no TCC como “primeiro” filme. Os vídeos feitos nos semestres anteriores também têm uma grande importância e, quando levados a sério, podem sim ter um grande futuro em exibições e festivais. Não menosprezar os trabalhos, mesmo os exercícios, realizados previamente ao TCC já é uma forma de se preparar de verdade para esse momento.

Além disso, o TCC não é exatamente onde vai ser “aplicado tudo que foi aprendido antes”, mas também é o filme no qual você vai aprender muita coisa nova, e não só reproduzir aquilo que aparentemente já sabe. O tempo de produção maior também faz com que essa experiência traga ainda mais dúvidas e conseqüentemente maior aprendizado.

Logo no início desse processo, observamos duas formas básicas de organização: ou um grupo se reúne em torno de afinidades comuns e depois pensa um projeto ou uma pessoa tem uma idéia e passa a agregar um grupo para realizá-la. Particularmente acredito mais na primeira opção e foi assim o início do projeto Entre Passos.

Nasce um processo
Algumas pessoas se reuniram com uma vontade de propor um TCC “diferente”. Ninguém sabia direito o que seria isso, mas alguma coisa lá dentro nos dizia que queríamos fazer algo minimamente fora dos padrões já estabelecidos nos Trabalhos anteriores. Não se tratava de querer um reconhecimento por mudar alguma coisa, mas uma busca pelo desconhecido e em abrir portas para a criatividade.

Começamos a nos configurar realmente como grupo quando surgiu o termo videodança nas discussões, trazido pelo Gustavo Fataki, bailarino do Grupo de Dança Contemporânea da UFSCar, que assumiria a direção de coreografia. Apesar de não ter um conceito fechado, esse termo, cada vez mais usado em festivais e editais nos circuitos de dança e audiovisual, nos pareceu uma boa oportunidade de explorar novas possibilidades dentro do curta-metragem, casando com os anseios do grupo que já vinha conversando sobre a possibilidade da inserção da dança no TCC.

Outra idéia que estava desde o princípio é que gostaríamos de utilizar técnicas de animação no filme. Ainda não sabíamos como, mas havia a certeza de que a animação teria que ser justificada na narrativa para valer o esforço da produção. Isso exigiu tratamentos do roteiro da Flávia Salvador em parceria com o diretor de animação, Thiago Rigolino, para uma real fusão entre a história e as formas a serem animadas.

A abertura ao diálogo era essencial, ainda mais em um ambiente universitário. Não só entre o grupo mas também na relação com os colaboradores. Reconhecemos a imensa ajuda dos assistentes, alunos e ex-alunos do curso, que integraram a equipe de mais de trinta pessoas. Isso sem falar no elenco, dez bailarinos que estiveram envolvidos nos três meses de ensaios que precederam as gravações.


Realização
Pela escolha da videodança, um termo relativamente novo, era importante um processo de pesquisa permanente. Além da tradicional busca por referências audiovisuais, assistíamos a espetáculos de dança sempre que possível. Alguns membros fizeram oficinas de videodança e aproveitei as férias para fazer um curso de dança contemporânea, uma experiência útil para o diálogo com o diretor de coreografia e com os bailarinos, além de sentir no corpo o que poderia trabalhar com o elenco.

Tudo isso foi acompanhado por um vivo caderno de anotações e muitas conversas com o grupo, mesmo que virtualmente. Criamos também um wikispace para compartilharmos online nossas primeiras experiências com todos os interessados. O registro deste material foi importante para a memória do processo, por valorizarmos o filme como aprendizado e não só como produto final.

Com elenco e roteiro definidos, entramos na rotina desmembrando a reunião geral em três: Produção (Produção Executiva, Direção de Produção e Assistência de Direção), Estética (Direção de Arte, Direção de Animação, Direção de Fotografia e Direção) e Roteiro/Conteúdo (Roteiro, Direção de Coreografia e Direção). Cada membro oficial tinha ainda reuniões com seus assistentes, de acordo com as necessidades específicas. Apesar de ter sido criticada durante a banca de avaliação, essa organização se mostrou muito útil. Os resultados, propostas e decisões eram sempre apresentados ao grupo todo nos encontros semanais sob orientação da Professora Luciana Araújo, o que mantinha a coerência entre as áreas.

Durante o processo, muitas vezes nos questionávamos porque estávamos trabalhando nessas condições: um elenco com pouca ou nenhuma experiência em vídeo; três locações, sendo uma delas externa e outra demandando uma pintura de arte trabalhosa; animação junto com o vídeo; máscaras encobrindo as expressões e dificultando a movimentação; movimentos de dança exigindo conhecimentos de uma outra linguagem, entre outros. Poderíamos ter feito uma videodança muito mais simples. Mas o “simples” nunca foi a primeira opção para esta equipe. Estávamos sempre em busca de algo minimamente diferente, novo. O desafio nos moveu desde o princípio, e é ele que nos alimentava a cada dificuldade.

Reflexão
Acredito muito na importância de refletir sobre o filme depois de pronto. No nosso caso, a própria Universidade nos exige isso, através de um relatório que é entregue, junto com o filme, aos membros da banca examinadora do TCC.

É no momento desta banca, aliás, que muita coisa vem à tona. Pela primeira vez pessoas analisam seu trabalho finalizado, e provavelmente pela última vez levando em consideração as intenções e condições expostas no relatório. Pois passado esse momento acadêmico, a obra audiovisual passa a falar por si, sujeita aos olhares, sentimentos e interpretações dos espectadores que encontrar pela frente.

É difícil deixar esse filho ir embora e seguir seu caminho. Sempre achamos que ele ainda não está pronto. Alguns filmes talvez nunca estejam, e vão se tornar os famosos “filmes de gaveta”. Mas, para evitar esse destino cruel, é preciso desde o princípio preparar-se para essa separação inevitável.

No caso do “Entre Passos”, isso foi feito com uma constante pesquisa da inserção da videodança nos circuitos de exibição. Isso não significa que deixamos de fazer o filme que queríamos em prol de algum festival ou edital, mas sim que estávamos atentos às oportunidades durante todo o processo. Assim, quando o filme ficou pronto, nada mais natural do que se dedicar à execução do plano de distribuição que foi sendo montado em paralelo à própria obra.

(Laura Teixeira, 08/04/2009)